Marcus Mosiah Garvey
17 de agosto de 1887 - 10 de junho 1940
Marcus Mosiah Garvey nasceu em Saint Ann's Bay, capital da paróquia de Saint Ann, Jamaica. Ele era o mais novo de 11 filhos, 9 dos quais morreram ainda na infância. Garvey frequentou a escola infantil e elementar em Saint Ann's Bay, e era tido como aluno brilhante. Ele também recebeu instrução particular de seu padrinho Alfred Burrowes, proprietário de uma oficina gráfica. Com 14 anos Marcus Garvey tornou-se aprendiz no negócio.
O jovem Garvey, que gostava de nadar, tomar sol e jogar críquete, herdou o amor pelos livros de seu pai — um culto maçom, que possuía vasta biblioteca. Esse amor pelos livros também foi incentivado pelo padrinho Burrowes, também possuidor de uma biblioteca particular, da qual Garvey fez amplo uso. Ele também conhecia e travava contato com diversas pessoas que frequentavam a oficina para discutir política e assuntos da comunidade com Burrowes.
No mesmo ano em que se tornou aprendiz de Burrowes, Garvey foi profundamente marcado por um acontecimento de fundo racista. Como vizinho de uma família branca, ele havia criado laços de amizade com uma menina de sua idade, que aos 14 foi enviada para a Inglaterra e proibida de escrever cartas para Garvey porque ele era um niger (termo de cunho preconceituoso usado em países de língua inglesa). Marcus percebeu então claramente as fronteiras que separavam negros e brancos na sociedade jamaicana.
Por volta de 1906 Garvey deixou Saint Ann's Bay em direção a Kingston, na tentativa de melhorar sua vida. Chegando lá ele trabalhou primeiro com um parente materno, e depois na empresa P.A. Benjamin Limited, como compositor na seção de impressão. Em 1907 se tornou um excelente impressor e contramestre. Nessa época um grande terromoto havia arrasado Kingston, o que gerou ainda mais pobreza na cidade. No ano seguinte (1908) os empregados da P.A. Benjamin, através do sindicato dos tipógrafos, entraram em greve por melhores salários. Foi a primeira experiência sindical de Garvey, que se juntou à paralisação apesar das promessas de melhores salários para quem furasse a greve. Com o insucesso do movimento, Garvey perdeu seu emprego, e foi colocado numa lista negra dos empregadores, sendo incapaz de arrumar outro emprego na tipografia privada; conseguiu, no entanto, uma vaga na imprensa do governo. Por esses anos Garvey também teve sua primeira experiência com jornalismo político, ao ingressar no National Club of Jamaica, um clube político. (Ele havia colaborado, antes, num jornal chamado The Watchman, ainda na P.A. Benjamin).
O jovem Garvey, que gostava de nadar, tomar sol e jogar críquete, herdou o amor pelos livros de seu pai — um culto maçom, que possuía vasta biblioteca. Esse amor pelos livros também foi incentivado pelo padrinho Burrowes, também possuidor de uma biblioteca particular, da qual Garvey fez amplo uso. Ele também conhecia e travava contato com diversas pessoas que frequentavam a oficina para discutir política e assuntos da comunidade com Burrowes.
No mesmo ano em que se tornou aprendiz de Burrowes, Garvey foi profundamente marcado por um acontecimento de fundo racista. Como vizinho de uma família branca, ele havia criado laços de amizade com uma menina de sua idade, que aos 14 foi enviada para a Inglaterra e proibida de escrever cartas para Garvey porque ele era um niger (termo de cunho preconceituoso usado em países de língua inglesa). Marcus percebeu então claramente as fronteiras que separavam negros e brancos na sociedade jamaicana.
Por volta de 1906 Garvey deixou Saint Ann's Bay em direção a Kingston, na tentativa de melhorar sua vida. Chegando lá ele trabalhou primeiro com um parente materno, e depois na empresa P.A. Benjamin Limited, como compositor na seção de impressão. Em 1907 se tornou um excelente impressor e contramestre. Nessa época um grande terromoto havia arrasado Kingston, o que gerou ainda mais pobreza na cidade. No ano seguinte (1908) os empregados da P.A. Benjamin, através do sindicato dos tipógrafos, entraram em greve por melhores salários. Foi a primeira experiência sindical de Garvey, que se juntou à paralisação apesar das promessas de melhores salários para quem furasse a greve. Com o insucesso do movimento, Garvey perdeu seu emprego, e foi colocado numa lista negra dos empregadores, sendo incapaz de arrumar outro emprego na tipografia privada; conseguiu, no entanto, uma vaga na imprensa do governo. Por esses anos Garvey também teve sua primeira experiência com jornalismo político, ao ingressar no National Club of Jamaica, um clube político. (Ele havia colaborado, antes, num jornal chamado The Watchman, ainda na P.A. Benjamin).
Viagens
Então ele saiu da Jamaica para ir para a Costa Rica, como fiscal em plantações de banana, por volta de 1910. Ao observar as condições de trabalho de outros negros, Garvey decidiu que tentaria mudar e melhorar suas vidas. Ele saiu da Costa Rica e viajou pela América Central e do Sul, a trabalhar e observar as condições de trabalho dos negros na região. Passou pela Guatemala, Panamá, Nicarágua, Equador, Chile e Peru. Em todo lugar Marcus Garvey observou que as condições de trabalho do negro eram péssimas, e que muitos enfrentavam o desemprego e a pobreza.
Em alguns dos países visitados, e sempre que podia, Garvey publicava pequenos jornais e panfletos contendo suas impressões sobre a realidade local. Na Costa Rica ele publicou o La Nacíonale, e no Panamá ele publicou o La Prensa. Contudo, além de enfrentar as autoridades (que chegaram a baní-lo da Costa Rica) ele também enfrentava o descaso do povo, que não era capaz de entender ainda a importância de ter uma voz na mídia para defender seus interesses.
Ao retornar para a Jamaica, Garvey pediu atenção do governo colonial para a situação da América Central, para que houvesse uma intervenção no sentido de melhorar a vida dos trabalhadores. Seu apelo foi recebido por ouvidos moucos.
Em 1912 ele partiu para a Inglaterra, onde vivia sua única irmã, Indiana. Em Londres ele aprendeu muito sobre a cultura africana e também se interessou pelas condições dos negros nos Estados Unidos da América. Visitava freqüentemente a Câmara dos Comuns e assistia conferências no Birksbeck College. Tornou-se amigo de Duse Muhammad, um egípcio nacionalista e que publicava o The African and Orient Review.
A experiência em Londres foi muito importante para Garvey, tanto no sentido de entender o funcionamento de uma democracia quanto pelo fato de poder entrar em contato com vários africanos que, nascidos em outras colônias britânicas, iam estudar na Inglaterra. Com essas pessoas Garvey percebeu que os problemas da Jamaica eram muito semelhantes aos problemas enfrentados por populações negras de todo o mundo. Foi ainda em Londres que ele entrou em contato com os líderes do Movimento Pan-Africano, e conheceu a obra de Booker T. Washington.
Então ele saiu da Jamaica para ir para a Costa Rica, como fiscal em plantações de banana, por volta de 1910. Ao observar as condições de trabalho de outros negros, Garvey decidiu que tentaria mudar e melhorar suas vidas. Ele saiu da Costa Rica e viajou pela América Central e do Sul, a trabalhar e observar as condições de trabalho dos negros na região. Passou pela Guatemala, Panamá, Nicarágua, Equador, Chile e Peru. Em todo lugar Marcus Garvey observou que as condições de trabalho do negro eram péssimas, e que muitos enfrentavam o desemprego e a pobreza.
Em alguns dos países visitados, e sempre que podia, Garvey publicava pequenos jornais e panfletos contendo suas impressões sobre a realidade local. Na Costa Rica ele publicou o La Nacíonale, e no Panamá ele publicou o La Prensa. Contudo, além de enfrentar as autoridades (que chegaram a baní-lo da Costa Rica) ele também enfrentava o descaso do povo, que não era capaz de entender ainda a importância de ter uma voz na mídia para defender seus interesses.
Ao retornar para a Jamaica, Garvey pediu atenção do governo colonial para a situação da América Central, para que houvesse uma intervenção no sentido de melhorar a vida dos trabalhadores. Seu apelo foi recebido por ouvidos moucos.
Em 1912 ele partiu para a Inglaterra, onde vivia sua única irmã, Indiana. Em Londres ele aprendeu muito sobre a cultura africana e também se interessou pelas condições dos negros nos Estados Unidos da América. Visitava freqüentemente a Câmara dos Comuns e assistia conferências no Birksbeck College. Tornou-se amigo de Duse Muhammad, um egípcio nacionalista e que publicava o The African and Orient Review.
A experiência em Londres foi muito importante para Garvey, tanto no sentido de entender o funcionamento de uma democracia quanto pelo fato de poder entrar em contato com vários africanos que, nascidos em outras colônias britânicas, iam estudar na Inglaterra. Com essas pessoas Garvey percebeu que os problemas da Jamaica eram muito semelhantes aos problemas enfrentados por populações negras de todo o mundo. Foi ainda em Londres que ele entrou em contato com os líderes do Movimento Pan-Africano, e conheceu a obra de Booker T. Washington.
Marcus Garvey e o movimento negro no início do século XX
UNIA
Em 1914, Marcus Mosiah Garvey (na foto ao lado) funda o United Negro Improvement Association (Associação para o Desenvolvimento dos Negros Unidos), dando início ao maior movimento Negro de toda a história. Garvey afirmava que enquanto a Africa não fosse livre e totalmente redimida, recuperando a sua soberania e dignidade, nenhum homem seria livre, fosse negro ou branco.
Ele divulgou o conceito da "Irmandade entre os Homens", segundo o qual o Espírito Criador colocou todas as raças no mundo, para que elas vivessem juntas e em harmonia. Garvey ficou internacionalmente conhecido por ter proclamado a frase "Olhem para a Africa, onde um rei negro será coroado; ele será o Redentor". Ele pregava ainda que todo homem negro deveria retornar para a África, tendo inclusive criado uma Compania de Navegação para tornar a repatriação físicamente possível. Embora fosse católico, Garvey encorajava seus seguidores, conhecidos como Garveístas, a imaginar Jesus como um homem negro. Em 1924, foi publicada a primeira edição da chamada Holy Piby, uma bíblia supostamente traduzida diretamente do aramaico, a língua oficial da Etiópia desde o século XIII. Os negros americanos acreditavam que a Bíblia original havia sido deturpada pela Igreja Católica Romana para fazer com que Adão, Jesus e todos os profetas parecessem caucasianos, quando na verdade eles teriam sido negros.